“Eu fui para um treinamento,” explica Roger Selekpoh, sentado em sua pequena mercearia em N’Zérékoré, longe das ruas de Marrakech onde ele inicialmente chegou em 2015.N’Zérékoré, Guiné – “Eu fui para um treinamento,” diz Roger Selekpoh, sentado em sua pequena mercearia em N’Zérékoré, longe das ruas de Marrakech onde ele inicialmente chegou em 2015. Sua jornada revela as complicações e perigos que muitos jovens africanos enfrentam em sua busca por uma vida melhor. Roger, originalmente da Guiné, nunca imaginou que seu desejo de melhorar suas habilidades de informática o mergulharia em um ciclo de migração irregular. Sua aventura marroquina, que começou em 2015 com entusiasmo, se transformou em uma épica jornada para alcançar a Europa. O fascínio pelo continente europeu e a perspectiva de uma vida melhor o levaram a gastar 2.000 euros em tentativas fracassadas de cruzar o Mediterrâneo. Mas em meio a esse turbilhão emocional, há um raio de esperança: a recepção de sua esposa. “Eu liguei para minha esposa assim que cheguei na estação de carros. Quando a vi, foi uma alegria imensa, você não consegue explicar tudo, a alegria até me sobrecarregou…” Roger agradece a ela pelo apoio e pelo papel que desempenhou em sua reintegração. “Ela me viu além dos meus fracassos,” diz ele, com os olhos brilhando de amor e gratidão. Sua esposa se torna sua tábua de salvação, apoiando-o nos momentos mais sombrios e ajudando-o a encontrar significado em sua vida.
Roger gosta de destacar o apoio da Organização Internacional para as Migrações (OIM). “Eles me deram uma chance de recomeçar,” diz Roger. Além do Retorno Voluntário Assistido para a Guiné, a OIM apoia Roger financiando seu projeto de reintegração. Hoje, Roger administra uma mercearia com sua esposa. Esse negócio ajuda a construir a autoestima e Roger recupera a confiança no futuro.“Eles me deram uma chance de recomeçar,” diz Roger, citando o apoio da Organização Internacional para as Migrações (OIM) em seu processo de reintegração.
A ambição de Roger não para por aí. “Meu objetivo é ir mais longe, tornar-me um operador econômico reconhecido,” diz ele com determinação feroz. Apesar de suas experiências traumáticas, ele ainda vê um mundo de possibilidades à sua frente. Há uma certa ironia na jornada de Roger. “De 2013-2014, eu era um oficial FMP da OIM. Fui enviado para a fronteira de Thio-Lankou.” Roger desempenhou um papel crucial durante a crise do Ebola. Sua missão como oficial de campo era monitorar os movimentos nos pontos de entrada das fronteiras, detectar casos de doenças durante surtos, informar os viajantes sobre medidas preventivas e coletar dados demográficos. No entanto, alguns anos depois, Roger se viu como um migrante irregular, recebendo assistência da OIM para repatriação e reintegração. De quem controlava para quem precisava de assistência, a jornada de Roger destaca as reviravoltas inesperadas que a vida pode tomar.“Meu objetivo é ir mais longe, tornar-me um operador econômico reconhecido,” diz ele com determinação feroz, mostrando uma resiliência notável diante das provações que enfrentou.